Quieta
examino meu avesso
cuidado

queria que estivesses aqui ao meu lado
e que pudesses ver
essa sombra-luz
retundente
doída
(ah, se pudesses)

sinto saudade do que seremos
(se nos permitirmos)

tive sonhos azuis
eram borboletas
e vagaluns
(o não-permitido é possível em sonhos?)

ou ainda: quem me permite?

sinto a rispidez dos gestos
lêem em mim a fagulha?
novamente tateio no escuro:
dentro da alma
dentro de alma
dentro.

na alma?

6 comentários:

nua em palavras disse...

Primeiro Ato

Primeiro Quadro
Sala escura. Passos. O foco de luz no centro da sala incide sobre ela. É suficiente para ver o vulto, mas não reconhecê-lo.
Cena Única
Ela (Ana Roxo, em pé, olhando para baixo. Sussurra duas vezes e depois grita, levantando lentamente sua voz e seu rosto. Empunha um espelho)
_Vais virar borboleta...
Não estás no escuro, simplesmente, estás em seu casulo.(pausa)
Vais virar borboleta...e azul!

Ri satisfeita e se retira aos poucos, dançando alegre. O foco de luz a segue pela sala, aumentando gradativamente até que ela saia completamente do ambiente.
(Pano.)

Anônimo disse...

Humm poesia sulfocante que contempla muitos silencios e voos de borboletas, de alma, e na alma fagulhas... cade o lado de dentro daqui de dentro???
Gostei... vou voltar, posso?

Beijo

Anônimo disse...

ana, não sei se vc lembra de mim, mas nos vimos uma vez. eu sou a lia, mulher do marcelo behar. ele faz 30 anos no dia 31 de março e estou organizando uma festa. queria teu email...(o meu é liavasconcelos@uol.com.br). bj

Janaina Fainer disse...

Nossa, agora q vi e é blog muito bacana.
Bom, se quiser, aproveita e passa para conhecer o meu blog www.loislaneid.blogspot.com
e o da minha cia de teatro
www.ciadesencontrarios.blogspot.com

Anônimo disse...

Ana, veja isso!!! http://itaulab.blogspot.com/2007/05/espelho-seu.html

Tome Chá de Fita disse...

Sinto Saudade do que seremos...
Perfeito