Penso em cabelos cortados
e colos repartidos
e vejo olhos por todas as partes.
Doces, ternos, brilhosos.
Vigilantes, honrosos.
Penso em estátuas de mármore gelatinoso,
imensas, aterrisadas, e vejo-as a toda hora,
a hora toda.
E nuas, retorcidas: engrenagens.
Verdes, azuis, não enxergo: vejo.
Toma conta da vida, move.
Penso em arbóreas ruas
com guardiãs-salamandras colossais
coloridas, luzentes, fotonízeas.
em casa unas, com flores penduricalhadas
umas e outra: é dia de ramos
e o povo anda a volta.
Vejo lemosins e micântios.
E trevores e locorias.
E pândicas e fidunídias,
e dinótares e coloríneas:
todas flores que sonhei.
São tuas e estão na porta das casas.
Nas ruas, nas horas, nas engrenagens.
Nas estátuas, labaredas, colazores.
Vem, tem um pouco ainda disso
que não hei de mostrar a outro
que não tu.
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