Teu nome é dureza
Meu é abisso
(É com frágeis braçadas que me mantenho emersa
E de tanto debater-me
molharam-se minhas asas.
Compreendi, nesta noite infinda
que não há aquele ou aquela
que abarque os meus sonhos)
Teu nome é tronco
Meu é profundeza
Jogo-me contra ti,
como se profundeza
não fosse um nada imenso
Uma cavidade
É não matéria que sou
É buraco
oco
vazio
cavidade
preenchida de água límpida
A espera da pedra, lapa, tronco
que jogada
circunscreverá os traços
a movê-la.
(compreendi que não será turvada
a não ser por mim
entendi assim:
apesar de reflexa,
a água carreia luz)
Teu nome é noite
Meu é chuva.
Amanheceu o dia chorando minha lágrima.
2 comentários:
triste...
vá pra puta que pariu!
que lindo!
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