em 1977
na américa do sul
nasce uma princesa
obesa
de lindos colants rosas
de grossas coxas amorfas
de riso frouxo
e língua mordaz
ela me lembra alguém
ela me lembra ela
dela me lembra
eu lembro dela
na casa dos espelhos tortos
ela pra mim olha
eu olho pra ela
esperpento espelho
ela cresce, eu escorro
eu dela corro
ela por mim padece
(mas quando foi que prometi
realizar os sonhos de realeza dela?)
ela é má e vil
olhando-me em pé
estirada na cadeira
eu, vil e alcoviteira
olho-a da cadeira
estirada em pé
se uma das duas pudesse
se uma das duas coragem tivesse
esquecer-se
entregar-se
perdoar-se
nenhuma sofreria
eu e ela,
ela cresce, eu escorro
eu dela corro
ela por mim padece
(mas quando foi que prometi
realizar os sonhos de realeza dela?)
ela é má e vil
olhando-me em pé
estirada na cadeira
eu, vil e alcoviteira
olho-a da cadeira
estirada em pé
se uma das duas pudesse
se uma das duas coragem tivesse
esquecer-se
entregar-se
perdoar-se
nenhuma sofreria
eu e ela,
embora iria
mas a amo de tal forma
sua sedutora figura
e
ela me venera de tal maneira
minha amorfa criatura
que deixá-la partir não podia
sua figura me captura
mas a amo de tal forma
sua sedutora figura
e
ela me venera de tal maneira
minha amorfa criatura
que deixá-la partir não podia
sua figura me captura
que ela não me abandonava nunca
ainda que o eterno não perpetue
cortá-la de mim afora, agora
e sair dançando pela rua
nua.
Um comentário:
crescer dói...
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