Chamo-me agora tufão
E dessa diminuta altura conclamo os ventos
Dos raios, sou o trovão barulhento
Fúria varrendo os mares
Onde dantes repousava meu corpo
Onda era meu corpo, o olhar
é sangue-som a ventar
Balanço, onda, marejar
Corro por entre a noite sem luar.

Pois sou em diante vento
Éter estelar
Ventania cósmica, queima-pulsar
Asteróide, palavra, brisa,
farfalhar
de riso e pranto no meu cantar

Sou aquela que sacode
balança, faz quebrar
Transmuta, transforma, faz estancar
arrepia na coluna
quebra pilar, abala a estrutura logo ao chegar
Espalha o que não é firme no ar

Se são ventos de boas novas
Que trago ao passar
Só os que forem comigo poderão julgar:
é por detrás das minhas asas
que me mantenho no ar
se ousar me querer,
se quiser me ter,
vai ter que agüentar.

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