De não fazer planos futuros
Me refundei
De assim
me olhar em espelhos retorcidos para mim
rir de mim.
Devagar, assim.

De não fazer planos futuros
já construí miríades de lares
em outros lugares
dentro de mim.

(Cada vez que me deixares
sairá um poema?
E se forem muitos
pena
vais deixar-me mesmo assim)

de não fazer planos futuros
foi meu coração além:
construí planos eternos, meu bem
(se é que eternidade pode ser leve
porque se nunca termina e nunca principia
fica suspensa no girar da roda da vida
espaço-tempo redesenhado pelo amor)

Não tenho medo de usar essas palavras
eu fui lá e vi o que era!
Era amor, com essas letras
como ele se manifesta é o que veremos
é a aventura.
É Ítaca longínqua nunca chegando
apesar de estarmos à sua procura.

Escrevo poemas então
para quando chegares
para quando partires
para teus acordares
E rires.
E quando esgotar o lirismo

Se é que um dia finda
como é eternidade
Seja o que for
Te amarei ainda.

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